PALMADA EDUCA?
Países
de 1º. mundo, hoje, “autorizam” pais e professores a usarem os antigos
instrumentos de castigos (ou tortura) como palmatória, chicotinho,
varinha, corda, cinto, etc. A Inglaterra que ficou conhecida
internacionalmente pela experiência libertária da Escola de Summerhill,
só suspendeu o castigo físico do seu sistema educacional em 1989.
Recentemente (2004) o parlamento inglês voltou a discutir a necessidade
de aplicar castigos físicos como medida educacional legítima.
Nos
países escandinavos, embora a educação seja rígida, existem leis que
proíbem os pais usarem violência contra seus filhos. As crianças podem
fazer denúncias, e assistentes sociais ficam de plantão para evitar essa
pratica.
Não
faz muito tempo que Cingapura, país de regime político autoritário e um
sistema financeiro importante, localizado na Ásia, impôs uma pena
judiciária de chibatadas a um jovem norte-americano que transgrediu as
severas leis daquele país. Uma
pesquisa divulgada declara que 61% dos pais norte-americanos aprovavam
castigos físicos como uma forma de punição válida, e 57% disseram
acreditar que até mesmo bebês de seis meses podem merecer uma surra.
PALMADA EM CASA E PALMATÓRA NA ESCOLA
O
castigo físico em crianças foi introduzido no Brasil pelos padres
jesuítas no século XVI, causando indignação nos indígenas, que
repudiavam o ato de bater em crianças. A correção, como explica a
historiadora Mary Del Priore, no livro História das Crianças no Brasil,
era considerada uma forma de amor. O excesso de carinho devia ser
evitado porque fazia mal aos filhos. A relação entre os pais e suas
crianças teria de ser o espelho do amor divino, segundo o qual, amar é
castigar os erros e dar exemplo de vida correta. Os castigos
disciplinares devem ser aplicados não apenas para corrigir as chamadas
‘malcriações’ e ‘birras’ como também serve para sacudir a preguiça que é
considerada culpada de muitos erros e ignorâncias desde cedo no
espírito da criança.
A
perspectiva judaico-cristã sempre foi favorável por uma educação por
meio de castigos físicos. A historiadora comenta que "a partir da
segunda metade do século XVIII, com o estabelecimento das chamadas aulas
régias, a palmatória era o instrumento dessa época, dirigido aos professores”.
No Rio de Janeiro onde hoje existe um Museu
da Tecnologia da Educação - que faz parte do Instituto de Pesquisas
Avançadas em Educação (Ipae) -, levantou uma pesquisa histórica sobre a
palmatória. Curioso é que "o instrumento que está exposto e faz parte do nosso acervo é inglês, e não brasileiro", declara o pesquisador Martins dos Santos, um dos organizadores do museu, ao explicar a diferença do formato.
"A palmatória usada no Brasil era uma haste que terminava em uma peça
circular de madeira que, por sua vez, possuía furos em forma de cruz.
Quem apanhava com o instrumento ficava com bolhas na mão similares aos
desenhos dos furos".
Muitos
dos instrumentos expostos no Museu da Educação ainda são usados hoje em
dia. Basta ler os jornais da capital e principalmente do interior do
Brasil para encontrarmos notícias sobre diversos tipos de castigos
físicos, puxões de orelha, obrigar a criança ajoelhar-se no milho, e
casos escabrosos que configuram crime de tortura realizado em casa ou em
escola.